quinta-feira, 17 de setembro de 2009

I've, also, had the time of my life with Swayze

Passei muito tempo em crise de criatividade. Para mim nenhum tema era suficientemente interessante para ser discorrido. Achava que nunca encontraria meu "Floco de Neve" outra vez. Não sei se é porque lê-se tanto lixo na internet, que o meu medo de entrar para o "hall" da bobagem me travava e, consequentemente, me entristecia. Até que descobri uns blogs sobre uma das coisas que aprecio muito nessa vida: arte. Comecei pelos Blogs de cinema e fotografia, percorri tantas opiniões, discussões e reflexões, que pensei: "não deve ser tão difícil assim". Este meu canto virtual nasceu bem literário, o que me fazia pensar que eu não conseguiria fazer uso de tais temas, com a expressividade necessária.

Mas, eu estava errada. Um elogio por uma coisa aparentemente boba, um comentário que deixei em um blog sobre o nosso querido Patrick Swayze, iluminou a minha cachola. É com pesar pela morte, que Swayze se tornou, pelas lembranças que deixou, um recomeço para o meu blog. Nada como as lembranças que vem da alma, para a criatividade fluir novamente. Ainda não é uma floco de neve, mas pode ser uma leve geada.

Não sou fã de Patrick Swayze pela sua atuação ou beleza. Tudo bem, ele era bonito. Mas o conjunto da obra (do FILME, gente!) é que contava. Eram os sonhos por trás de cada personagem que me encantavam. Aquela "rebeldia" que mais tarde eu assumiria na minha adolescência. Me vejo correndo naqueles corredores compridos da minha casa, de azulejos gelados, à hora da Sessão da tarde, ao encontro do charmoso Johnny Castle. O cara que jamais me deixaria de escanteio.

Naquela época, eu tinha poucas tardes livres. Os deveres de casa se tornavam cada vez mais densos, os treinos de natação e os ensaios de balé mais intensos e o clima do Piauí... bom esse continuava o mesmo: insuportavelmente quente. Só quem morou ou mora em Teresina sabe o quão delícioso são as casas amplas com janelas grandes e azulejos refrescantes que possam fazer aquele ar, humido e parado, circular. Pegava os almofadões amarelos de tão velhos sentava-me em frente a TV e me deixava ser devorada pelo enredo.

Aquele professor de dança, pobre, que não teve muitas oportunidades na vida, conhecido como um ser rebelde, malandrão, durão, tem seu momentinho anual nessa vida mediocre nas apresentações de dança que faz no verão. Tudo o que a mocinha, rica, filha exemplar, prestes a cursar Medicina, precisa para um verão memorável. Entre passos de danças, treinos, ensaios e apresentações - envolvidos numa trilha sonora arrebatadora - o casal se apaixona. Entre brigas familiares e problemas pessoais, este mesmo casal experimenta, por meio da dança, que aquele verão pode ser um momento de mudanças.

Apesar dos clichês, virou um clássico. Dirty Dancing passava (ainda passa?) religiosamente todos os anos na Rede Globo. Anos a fio, enquanto meus problemas se resumiam em deveres de casa, esta cena se repetia. Assistia, me emocionava, cantava e dançava a música no ápice do filme.

Eu também era Baby.

Ano passado assistir ao Dirty Dancing da Broadway em Chicago. Parecia uma versão pirata. O filme foi um marco, a música, as cenas, os diálogos e os personagens foram imortalizados. Só me resta a agradecer ao Patrick: obrigada por Johnny Castle.

Não houve (e nem haverá) outro Johnny Castle.

Cause, "Nobody puts Baby in the corner".

6 Comentários:

Às 17 de setembro de 2009 às 14:27 , Blogger Cicero Melo disse...

Só tenho uma coisa pra te escrever: ARRASOU!!!!!!!!!!!!!!
Parabéns, vocÊ definitivamente escreve muito bem, nao pode parar não!!! Que venham não flocos de neve e sim avalanches!!! Parabéns! Já está nos favoritos e pode ter certeza que visitarei religiosamente!!!! Um grande beijo e que a força esteja com você!!!!!!

Cicero

 
Às 18 de setembro de 2009 às 10:10 , Blogger Unknown disse...

meu Deus! nossa isso nao e uma leve geada nao! ja veio como floco de neve bem perfeitinho!
esse seu lado eu nao conhecia nao! fico simplesmente sensacional! espero nao pare por ai viu!?
e pode ter certeza que esta longe do "hall" da bobagem!
beijo prima!
obs: quem nunca sonhou em ter um Johnny Castle? aaaaiii! :)
ps: NAO PARA MAIS! HAHA :D

 
Às 19 de setembro de 2009 às 17:52 , Blogger Unknown disse...

Ana!
Adorei seu jeito de escrever, é tão natural, parece que vc nao faz força para escrever.. simplismente acontece!
Continue escrevendo.. sempre!
Da sua fã
Gabi

bjoooo xuxu

 
Às 20 de setembro de 2009 às 08:39 , Blogger Élida disse...

Oi Ciça, sei bem o que você diz...Essa sensibilidade é genética.hehee.
Esse tempo,encontro contigo mesma, despertou a volta tão clara e precisa,madura com que você escreve.Compartilho com o Cícero,já faz parte dos meus favoritos.Adoro ler tudo ainda não me aventurei no blog...Mas quem sabe você não será o instrumento motivador?? Amei... Realmente muita gente teve uma referência de um Johnny na vida, pois todos vivemos dilemas cinematográficos, ao menos para nossa vida.
Parabéns e já tem uma leitora de carteirinha.Bj
Élida

 
Às 20 de setembro de 2009 às 08:44 , Blogger MENDIGO ENTRE MENDIGOS disse...

Segundo Jurgen Habermas, há um palco, há atores e representações. Minha cara Ana Cecília, o mundo é o seu palco, portanto, continue daçando with or without Swayze. Somos meros atores neste palco e cada um representa o que é e o que pode. Você pode! Você deve! Tem o talento nato.
Santos

 
Às 27 de setembro de 2009 às 13:01 , Blogger Hélvia Paranaguá disse...

Cissa,

Voltei no tempo segurando aqueles quadros para sua avó. Realmente temos que passar pela vida deixando nossas marcas e seus avós fazem isto com maestria.
Continue escrevendo. As palavras ditas passam, mas o que está escrito fica eternizado.
Beijão
Mamãe

 

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